Mundo: Jovens ajudam idosos solitários na Alemanha (2º bimestre).
Uma vez por mês os
voluntários entregam uma sacola de papel cheia de frutas e vegetais frescos nas
portas das casas de uma cidade da Alemanha. O objetivo é ajudar com uma dieta
saudável a idosos que mal conseguem viver com o pouco dinheiro que têm.
Jovens
entregam mensalmente sacolas de frutas e verduras em iniciativa que ajuda
aposentados solitários e carentes. Projeto foi premiado em nível
nacional."Para alguns idosos, é o momento mais importante do mês",
conta Carina Raddatz, cofundadora e diretora-executiva da
"Obstkäppchen" ("chapeuzinho das frutas", um trocadilho em
alemão com "Chapeuzinho Vermelho"). A associação, que tem mais de 70
membros, ajuda – tanto no aspecto financeiro quanto afetivo – idosos carentes
que, muitas vezes, são também solitários.
Uma
vez por mês – sempre no último sábado – os voluntários tocam as campainhas na
cidade de Hennef, no oeste da Alemanha, e entregam uma sacola de papel cheia de
frutas e vegetais frescos, no valor de cinco euros. O objetivo é ajudar a proporcionar
uma dieta saudável a idosos que mal conseguem viver com o pouco dinheiro que
têm.
Quase
um quinto dos aposentados na Alemanha corre risco de pobreza. De acordo com
parâmetros da União Europeia, está na zona de risco de pobreza quem recebe
menos de 60% da renda média, que, para uma pessoa sozinha, é de 999 euros por
mês.
Na
opinião do cientista político e pesquisador sobre pobreza Christoph
Butterwegge, quem dispõe de menos de 999 euros por mês e vive sozinho não está
em risco de pobreza, "mas na realidade já é pobre".
Na
Alemanha, há mais de 17 milhões de aposentados. Se um em cada cinco for
considerado pobre ou em risco de pobreza, isso significa mais de três milhões
de pessoas – e, portanto, potenciais clientes da "Obstkäppchen". Em
Hennef, a associação ajuda 86 idosos que foram consultados pelo Escritório de
Assuntos Sociais e deram o consentimento para participar do projeto.
Contra a solidão
Além
da oferta de alimentos saudáveis, há um segundo objetivo: tirar esses idosos da
solidão, pelo menos por alguns momentos. Muitos deles vivem sozinhos e, sem
dinheiro, não conseguem participar da vida social. "O dinheiro não é
suficiente para viajar de ônibus à cidade vizinha e visitar a irmã",
descreve Carina Raddatz a situação de alguns idosos.
Embora
alguns dos aposentados fiquem felizes somente com a sacola de alimentos e não
queiram conversar, Raddatz estima que cerca de 70% do público atendido pelo
programa alegram-se, especialmente, em manter um diálogo.
Frequentemente
acontece de o senhor ou senhora colocar a sacola de comida na cozinha e
convidar o voluntário para um café. "Eles ficam muito, muito felizes. Eu
acho que isso é o mais legal, que com relativamente pouco tempo você pode fazer
muito", diz a cofundadora da iniciativa. A fim de estabelecer uma conexão,
os idosos são sempre visitados, na medida do possível, pelo mesmo voluntário.
Butterwegge
confirma o impacto negativo que a falta de dinheiro tem sobre a vida social:
"Ser pobre é mais do que ter pouco dinheiro no bolso, também significa
isolamento social". Por isso, ele fica satisfeito com iniciativas como
essa. No entanto, ele faz uma ressalva: "O engajamento da sociedade é
muito bem-vindo, mas deve ser sempre apenas uma adição e não um
substituto". Para o cientista político, há o risco de o Estado usar tais
iniciativas para reduzir a ajuda social prestada.
A ideia do projeto surgiu há três
anos. "Eu estava no centro de Colônia e vi uma senhora idosa recolhendo
garrafas do lixo", conta Raddatz. "A cena realmente mexeu comigo e eu
comecei a pensar no que poderia fazer para ajudar". Assim, no final de
2017, nasceu a "Obstkäppchen".
Em 2018, a associação recebeu uma das
100 bolsas de estudo do "Startsocial", competição nacional para
promover o engajamento social voluntário. Por um ano, os projetos foram
acompanhados, e os 25 melhores concorreram a um prêmio em dinheiro e uma
homenagem da chanceler federal Angela Merkel.
O projeto "Obstkäppchen"
acabou classificado entre os sete melhores. Além da homenagem da chefe de
governo, recebeu 5 mil euros e, claro, muito prestígio. A associação já pensa
em expandir e ainda este ano pretende ampliar sua atuação para a região de
Colônia e Bonn.
"Pensamos muito sobre que nome
poderíamos dar ao projeto", diz Carina Raddatz. "Então, de fato, após
algumas cervejas, lembramos da Chapeuzinho Vermelho (em alemão,
"Rotkäppchen"), que ao levar comida para a vovó é engolida pelo lobo
mau. Então pensamos: é uma referência à pobreza na velhice, que também engole
os idosos".
Fonte : Site do G1.
Comentário : Adorei a idéia de ajudar idosos que necessitam , alguns se sentem solitários e essas pessoas dão atenção a elas e isso
faz muito bem para quem recebe e também para quem doa.
Comentários
Postar um comentário