Política: Alerj decide abrir processo de impeachment contra Wilson Witzel (2º bimestre).
Alerj decide abrir processo
de impeachment contra o governador Wilson Witzel.
Anúncio foi feito pelo presidente da Casa, André
Ceciliano, após votação simbólica unânime no plenário; veja passo a passo do
rito. Governador diz que vai provar inocência.
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) decidiu, por unanimidade em votação, abrir o
processo de impeachment contra o governador Wilson Witel (PSC)
nesta quarta-feira (10). A decisão não o afasta do cargo (veja o rito ao fim da
reportagem).
O anúncio foi feito por volta de 17h35 pelo
presidente da Casa, André Ceciliano (PT), a quem cabia acolher o pedido ou não.
Antes, entretanto, ele colocou a decisão para uma votação simbólica no plenário. O pleito foi
unânime com 69 votos favoráveis. Rosenverg Reis (MDB) se ausentou.
Em nota, Witzel disse que recebeu a notícia
com "espírito democrático e resiliência". Ele disse que terá direito
à ampla defesa e que vai provar inocência, mantendo as funções como governador.
"Estou absolutamente tranquilo sobre a
minha inocência. Fui eleito tendo como pilar o combate à corrupção e não
abandonei em nenhum momento essa bandeira. E é isso que, humildemente, irei
demonstrar para as senhoras deputadas e senhores deputados".
O
que diz o pedido de impeachment
O pedido de
impeachment aceito foi o dos deputados Luiz Paulo e Lucinha, ambos do PSDB, que
acusam Witzel de crime de responsabilidade. Outros 13 foram arquivados. Os
tucanos enumeram as seguintes suspeitas:
·
Compra de respiradores no combate ao coronavírus
com suspeita de superfaturamento
·
Construção dos hospitais de
campanha, cuja licitação é investigada
·
Suposto vínculo de Witzel com o empresário
Mário Peixoto
·
Parecer do TCE pela rejeição das contas
de 2019 do governo Witzel
·
Revogação da desqualificação
da OS Unir Saúde, que seria ligada ao empresário Mário Peixoto e
está sob suspeita do Ministério Público Federal
Placar
elástico e supostos dossiês
Nos bastidores, a
decisão de submeter o pedido de impeachment ao plenário foi vista como uma
forma de mostrar a fragilidade do governador, com previsão de uma "derrota
por goleada" no pleito.
Até o líder do PSC,
partido de Witzel, e o ex-líder do governo defenderam a abertura do processo.
Ninguém votou a favor do governador.
O G1 apurou
que a decisão de abrir ou não o processo estava prevista para a segunda metade
de junho, mas os boatos sobre supostos dossiês contra deputados apressaram
a Casa.
As suspeitas dos
dossiês surgiram contra o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Lucas
Tristão. Ceciliano disse que ouviu do então secretário sobre a existência dos
documentos.
Após a Operação
Placebo, que investiga suspeitas de desvios na construção de hospitais
de campanha e citou "provável envolvimento da cúpula do Poder Executivo no
esquema", Witzel demitiu Tristão em aceno à Alerj,
preocupado com a possível votação do impeachment.
A medida acalmou
os deputados, mas por pouco tempo até que os boatos sobre os dossiês voltassem
aos ouvidos dos parlamentares.
Passos
do impeachment
·
Alerj decide pela abertura do processo de
impeachment
·
Abertura deve ser publicada em Diário Oficial em
até 48 horas
·
Partidos indicam representantes para Comissão
Especial que analisará se denúncia deve ser aceita
·
Witzel têm até 10 sessões para se defender
·
Após indicações, Comissão Especial tem 48 horas
para se reunir, escolhendo relator e presidente
·
Comissão Especial emite parecer sobre
admissibilidade da denúncia em até 5 sessões a partir do recebimento da defesa
(se a defesa não se manifestar, o parecer deve ser emitido no prazo de 10
sessões)
·
Parecer da Comissão Especial é lido no plenário e
incluído na votação da ordem do dia
·
Deputados discutem e questionam o relator, que
responde as perguntas. Discussão pode durar mais de um dia
·
Encerrada a discussão, é aberta votação nominal
·
Deputados votam se recebem a denúncia, por maioria
absoluta (são necessários 36 votos)
·
Se aprovada, Witzel é afastado e o Tribunal de
Justiça forma um tribunal misto (juízes e deputados) para decidir
·
O
que diz Witzel
"Recebo com espírito democrático e resiliência a notícia do início
da tramitação do processo de impeachment pela Assembleia Legislativa do Estado
do Rio de Janeiro".
"Estou absolutamente tranquilo sobre a minha inocência. Fui eleito
tendo como pilar o combate à corrupção e não abandonei em nenhum momento essa
bandeira. E é isso que, humildemente, irei demonstrar para as senhoras
deputadas e senhores deputados".
"Como bem ressaltaram o presidente da Alerj, André Ceciliano, e a
maioria dos parlamentares, terei direito à ampla defesa e tenho certeza absoluta
de que poderei demonstrar que nosso governo não teve tolerância com as
irregularidades elencadas no processo que será julgado".
"Vou seguir nas minhas funções como governador e me preparar para
a minha defesa. Tenho certeza que os parlamentares julgarão os fatos como eles
verdadeiramente são".
Fonte : Site do G1
Comentário : A notícia fala sobre
mais um Governador do RJ que poderá ser
preso por corrupção . Nesse caso é ainda mais grave porque estamos em uma
pandemia e isso pode piorar ainda mais a situação do RJ em relação ao controle
da pandemia . Se o Governador for condenado e preso, ele será o 6° governador
do Estado a ser preso. Nosso Estado
poderá entrar no Guinness World com esse
vergonhoso recorde.
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