Politica: TRE-RJ aprova inelegibilidade de Crivella por unanimidade: 7 a 0 (3º bimestre).
TRE-RJ aprova inelegibilidade de Crivella por unanimidade: 7 a 0
Apenas um
desembargador, que tinha pedido vistas, ainda não tinha votado e acompanhou os
colegas; prefeito está inelegível por 6 anos, por abuso de poder político e
conduta vedada a agente público. Defesa diz que vai recorrer e que Crivella
será candidato.
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) decidiu tornar o
prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), inelegível por seis anos, por abuso de poder
político e conduta vedada a agente público. A votação desta quinta-feira (24)
foi por unanimidade, por 7 votos.
Na terça (22), o julgamento tinha sido
interrompido com um placar de 6 a 0, quando o desembargador Vitor
Marcelo Rodrigues havia pedido vistas para analisar o processo. Rodrigues
argumentou ter tido pouco tempo para se inteirar sobre o julgamento – ele foi
nomeado no TRE no último dia 31 pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O prefeito foi condenado também a pagar multa de até R$ 106,4
mil. A decisão prevê a imediata comunicação ao Juízo Eleitoral responsável pelo
registro das candidaturas, independentemente de recurso. A defesa do prefeito diz que ele vai recorrer e
que estará apto para concorrer à reeleição.
Recém-nomeado
advogado de defesa, Rodrigo Roca pediu uma questão de ordem no início da
sessão, que não lhe foi concedida.
"O
julgamento é nulo pelo cerceamento de defesa, já que o advogado não pôde usar a
palavra nem mesmo pela ordem, como é da sua prerrogativa", afirmou.
O prefeito é candidato à reeleição e, segundo o Tribunal Regional
Eleitoral, fica inelegível nesta eleição -- a menos que a situação seja
revertida em alguma instância superior, como o Tribunal Superior Eleitoral ou o Supremo Tribunal Federal.
Fontes
ouvidas pela GloboNews dizem que o prefeito pode obter uma medida cautelar em
instâncias superiores, o que lhe daria direito a concorrer. A defesa diz que
vai recorrer em e entende que ele está apto a participar do pleito.
Gustavo
Sampaio, professor de Direito da UFF, explica a situação.
"Quando
o Tribunal Regional Eleitoral de um estado, como o Rio de Janeiro, decreta
inelegibilidade no âmbito de eleição estadual ou federal, cabe recurso ao
Tribunal Superior Eleitoral. A rigor esse recurso não suspende os efeitos da
decisão, mas ele pode tentar uma medida cautelar, apresentando as suas
justificativas, como a iminência do processo eleitoral, por exemplo, que já
está aí se avizinhando, para pedir efeito suspensivo nesse recurso e, com isso,
conservar a validade da inscrição dele de candidato a prefeito do Rio de
Janeiro."
O advogado
Saul Tourinho, ouvido pelo RJ2, aposta que Crivella deve conseguir reverter a
decisão.
"É uma
grande jornada, não há duvida disso e posso dizer que, pela experiência no TSE,
certamente essa disputa não se encerra nessa eleição. Todavia, o registro da
candidatura que já foi feito, ele não vai ser fulminado por conta dessa decisão
que ainda precisa ser publicada e contra ela ainda cabe recurso. Ou seja, nada
obstante o prefeito tenha o direito de recorrer e concorrer sob júdica, ou
seja, submetido a uma disputa judicial, todos os atos de campanha seguirão
absolutamente rígidos".
Caso da Comlurb
O novo
advogado de Crivella, Rodrigo Roca, pediu ainda a suspeição do desembargador
Gustavo Teixeira. Ele, segundo a defesa do prefeito, é advogado da Lamsa, concessionária da Linha Amarela que vive uma guerra jurídica com a
Prefeitura. O pedido ainda não foi analisado.
A gestão de
Crivella determinou a encampação da Linha Amarela e a redução da cobrança do
pedágio.
A promotora
Silvana Batini pediu que a certidão do julgamento seja feita em regime de
urgência. O desembargador relator Cláudio Dell'Orto pediu também que os juízos
eleitorais sejam comunicados imediatamente, inclusive os responsáveis pelo
rejeito de candidaturas.
Evento na Comlurb levou à denúncia
A ação que
pedia a inelegibilidade diz respeito a um evento da Comlurb em que
Marcelo Hodge Crivella, filho de Crivella, foi apresentado como pré-candidato a
deputado.
A reunião
foi na quadra da Estácio de Sá com funcionários da companhia de limpeza urbana
do município. O grupo foi levado em carros oficiais da empresa.
A ação foi
movida pelo PSOL e pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE). Eles afirmam
que:
·
veículos
oficiais foram usados para transportar empregados da Comlurb na hora do
expediente;
·
Crivella
agradeceu ao presidente da Comlurb por ajudar seus candidatos;
·
candidato
Alessandro Costa pediu votos ao filho do prefeito.
Fonte: Site do G1
Comentário: Na minha opinião foi acertada a ação
movida pelo PSOL e pela procuradoria eleitoral, no sentido de deixar o prefeito
Marcelo Crivella inelegível até 2026. A sua ação foi totalmente ilegal, apenas
pensando em promover a candidatura de seu filho, sem pensar em nenhum momento
que isso não pode ser feito. Acho que os
políticos pensam que tudo pertencem a eles e os mesmos podem fazer o que quiser
sem serem incomodados por alguém.
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