Ética e cidadania: Projeto social (2º bimestre).
Na pandemia, projetos sociais levam material escolar, cestas básicas e
computadores para alunos
Em São Paulo, por
exemplo, ONG distribui computadores e chips de internet para estudantes de
escola pública. Conheça outras iniciativas pelo país.
No Pantanal, com as escolas fechadas, voluntários
vão, de barco, levar livros a crianças de comunidades ribeirinhas. Em Manaus,
um professor trabalha como motorista de aplicativo para sustentar seu projeto
de educação para jovens de baixa renda. E na capital paulista, uma ONG criada
na pandemia doa computadores e tablets para alunos de escolas públicas.
Pelo Brasil, iniciativas como estas
buscam minimizar o impacto da suspensão das aulas presenciais. Com o
aumento de casos de Covid-19 e o ritmo lento da vacinação no país, ainda não há
perspectiva de normalização das atividades.
Por isso, ONGs e associações de voluntários pedem
doações para manter seus projetos. Elas precisam arcar com os custos das
iniciativas durante a pandemia e garantir que continuem funcionando após a
crise.
Nesta reportagem, você conhecerá 8 ações
sociais:
·
Projeto
criado na pandemia doa equipamentos eletrônicos para
estudantes
·
Professor dirige carro de app para levantar fundos e manter alunos longe do
tráfico
·
No
Pantanal, escola usa barco para atender crianças de
comunidades ribeirinhas
·
Projeto
de creche para crianças em vulnerabilidade doa cestas básicas
·
Adolescentes do sertão nordestino ganham instrumentos musicais para treinar em
casa
·
Crianças refugiadas recebem reforço on-line de língua portuguesa
·
Projeto
investe em alunos do 9º ano e os acompanha até o primeiro emprego
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Cursinho popular doa tablets e chips de internet para alunos acessarem
aulas on-line
Projeto criado na pandemia doa
equipamentos eletrônicos para estudantes
Ainda
assim, o jovem tenta encontrar uma forma de entrar na universidade.
Em 2020,
com o dinheiro que havia juntado nos últimos meses como atendente de
telemarketing, decidiu se dedicar exclusivamente às aulas de um cursinho
gratuito — o Quantum, da Faculdade Albert Einstein (SP).
“Eu
acordava às 4h, chegava às 7h e só ia embora às 22h30. Era cansativo, mas eu
tinha toda a estrutura, ficava em um ambiente tranquilo, com apoio dos
professores e cercado de pessoas que prezavam pelo estudo. Era estimulante”,
conta.
Mas, em
março, por causa da Covid-19, as aulas passaram a ser on-line. E os obstáculos aumentaram: Daniel não tinha nem celular, nem
internet. Foram dois meses sem estudar.
A solução
veio por meio da ONG Papo Futuro, criada durante a pandemia para doar
equipamentos eletrônicos e chips de internet a estudantes de baixa renda. No
Brasil, quase 40% dos alunos da rede pública não têm os equipamentos
necessários para o ensino remoto.
“O projeto
me ajudou com tablet, computador de mesa e wi-fi”, diz Daniel. “Consegui voltar
a estudar. Quero entrar na USP, para mostrar que os negros podem chegar lá.”
Professor dirige carro de app para levantar fundos e
manter alunos longe do tráfico
Em 2016, o
professor Girleno Menezes, afastado das salas de aula por questões médicas,
fundou a Associação Voz Ativa. Seu objetivo: ocupar o tempo livre de jovens de
comunidades vulneráveis de Manaus e mantê-los afastados do tráfico de drogas e
da prostituição.
O projeto
começou com aulas gratuitas de futebol americano. Aos poucos, foi ampliado:
passou a incluir rodas de conversa nas escolas, palestras, cursos de violão e
de tambor, e atividades de conservação ambiental.
Uma das
ações foi até premiada: alunos de uma escola estadual discutiram as
necessidades da comunidade, formularam pré-projetos de lei e foram à Câmara
entregá-los para os vereadores.
“O problema
é que é muito difícil fazer educação
sem recurso. Com meu salário de professor, consigo pagar minhas
despesas. Mas não sobra para ajudar os outros”, conta Girleno.
Quando um
passageiro entra no carro, o professor fala sobre a Voz Ativa. Aos poucos, vai
reunindo parceiros e voluntários — foi assim que conseguiu a doação de seis
violões para as aulas de música.
Na
pandemia, o desafio da associação é suprir as necessidades básicas das
famílias. “Muita gente se mobilizou, e consegui 600 cestas básicas para doação.
Levamos para as comunidades ribeirinhas”, diz.
O celular
de Girleno virou um canal de pedidos de socorro. Em uma das mensagens, uma
mulher diz:
“Gostaria
de um apoio seu. Minha amiga, desempregada, perdeu o pai e a mãe para Covid.
Tem 7 criancinhas pequenas. Elas estão passando por um momento difícil, com
fome. Vivem de doação. O senhor poderia ir lá fazer uma visita? Bebezinha de 6
meses sem fralda.”
Girleno diz
que quer atender a todos os necessitados. “A gente precisa fazer algo neste
momento tão difícil. E isto não é assistencialismo, é ajuda. As pessoas estão
abandonadas. Não posso perder meus futuros alunos.”
No Pantanal, escola usa barco para atender crianças de
comunidades ribeirinhas
“Ver uma
escola no Pantanal foi um milagre. As gerações anteriores são de analfabetos.
Não tenho nem palavras para explicar: é a educação mudando este lugar”, diz o
fazendeiro Ruivaldo de Andrade, pai de Débora, de 8 anos.
Ela é aluna
de uma escola rural de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, quase na fronteira do
Brasil com a Bolívia. É uma espécie de internato, criado em 2018 pelo projeto
Acaia Pantanal.
Toda
segunda-feira, um barco atravessa o Rio Taquari e busca as crianças das
comunidades ribeirinhas. Apenas no sábado, depois de uma semana estudando, o
grupo volta para casa.
Antes da
abertura da escola, crianças e jovens da região basicamente não tinham acesso à
educação - costumavam virar catadores de isca para a pesca de turismo.
“Era uma
população que estava à deriva”, diz Sylvia Bourroul, diretora do projeto.
“Compramos uma pousada que estava fechada e construímos um colégio de educação
infantil e ensino fundamental I.”
Fornecendo transporte, alimentação e todo o material escolar,
o Acaia Pantanal alfabetiza e forma os alunos até o quinto ano. Depois, eles
costumam ir para a Fundação Bradesco, parceira do projeto em Miranda, a 3 horas
de Corumbá.
Na
pandemia, o ensino passou a ser remoto. Mas como chegar a famílias que não têm
televisão, computador ou celular? Seu Ruivaldo explica: os professores vão à casa dos alunos. Chegam de barco, explicam as
atividades e deixam os materiais.
“O colégio
está reescrevendo nossa história”, diz.
Fonte: G1
Comentário: Muitas
pessoas não tem condições de comprar matérias de escola ou comida, e nessa
quarenta isso se agravou, pois muitas pessoas perderam o emprego no ano passado
e tiveram que tentar se ajustar. Algumas pessoas conseguiram voltar a vida de
antes ou se aproximar ao que tinham, mas já outras não e esse tipo de projeto é
muito benéfico.
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