Ciências: Pesquisa usa molécula capaz de interferir no DNA de célula para combater câncer (3º bimestre).
Pesquisa
usa molécula capaz de interferir no DNA de célula para combater câncer
Estratégia testada com sucesso em modelos animais
poderia ser utilizada com qualquer tipo de tumor, explica cientista do CNPEM,
em Campinas (SP); próximo passo é analisar eficiência em cultura de células
humanas.
Pesquisadores
do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas
(SP), testaram uma nova estratégia de combate ao câncer que utiliza uma molécula sintética capaz de interferir no DNA de células
de defesa do organismo para que o sistema imunológico possa atacar o tumor.
Segundo o
pesquisador Marcio Chaim Bajgelman, os tumores utilizam artifícios para escapar
da ação do sistema imunológico, e a técnica, testada com sucesso em modelos
animais, mostra que é possível 'desabilitar' a atividade imunossupressora
desenvolvida pelas chamadas "células T regulatórias".
Bajdelman
explica que o câncer aparece a partir de células do próprio organismo que
adquiriram uma mutação e que começam a crescer indefinidamente. Por ser formado
por células do organismo, o tumor consegue escapar de sinalizações para o
sistema imune atacá-la.
Uma das
estratégias para isso é que os tumores secretam substâncias que atraem as
células T regulatórias, que funcionam como um "guardiãs" para que o
sistema imunológico não ataque o próprio organismo.
É
justamente nessa área que os cientistas do CNPEM conseguiram atuar. Com ajuda
de uma molécula sintética, chamada aptâmero quimérico, que carrega um código
genético para interferir no DNA dessa células, foi possível impedir a expressão
da proteína intracelular Foxp3. É esse marcador que diferencia das células T regulatória das
efetoras, que vão combater o câncer.
Segundo
Bajgelman, a taxa de eficiência observada para inibir o Foxp3 com o uso do
aptâmero foi de 60%, o que é considerado promissor. A técnica poderia ser
utilizada para o combate de todos os tipos de câncer.
Próximos passos
O estudo foi publicado na revista Molecular
Therapy Nucleic Acids e o próximo passo da pesquisa é obter resultados
semelhantes em ensaios com cultura de células humanas, que já vem sendo
desenvolvidas no centro de pesquisa em Campinas.
"Agora vamos transpor as sequências que foram
desenhadas para genes de camundongos e trabalhando para testes em células
humanas. Já temos alguns resultados in vitro, e estamos aperfeiçoando o
sistema. É um trabalho que começou em 2012, e conseguimos gerar tecnologia
nacional. Acredito que dentro de uns quatro anos, possamos partir para a parte
de ensaios clínicos", projeta o pesquisador.
Combinando esforços
Entre as ações desenvolvidas no CNPEM para o
combate ao câncer estão as vacinas antitumorais, que diferente dos imunizantes
capazes de prevenir doenças, são feitas a partir de células tumorais do próprio
paciente geneticamente modificadas em tratamentos que já se mostraram
promissores.
"A vacina consiste em modificar células
tumorais para que produzam imunomoduladores. Estes imunomoduladores estimulam
as células de defesa do organismo a identificar e eliminar o câncer",
explica Bajgelman.
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Segundo o pesquisador, utilizar a vacina combinada
com a técnica do aptâmero quimérico podem potencializar as terapias contra o
câncer. A expectativa é que no futuro essas técnicas possam ser combinadas com
outras estratégias já utilizadas, como a quimioterapia, diminuindo a quantidade
de fármaco aplicada e melhorando a qualidade de vida do paciente em tratamento.
O que é o CNPEM?
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e
Materiais (CNPEM) é uma organização social supervisionada pelo Ministério da
Ciência, Tecnologia, Inovações (MCTI). O centro é constituídos por quatro
laboratórios nacionais e abriga o Sirius, laboratório de luz síncrotron
de 4ª geração.
Principal projeto científico
do governo federal, o Sirius atua como uma espécie de "raio X
superpotente" que analisa diversos tipos de materiais em escalas de átomos
e moléculas.
Além do Sirius, há apenas outro laboratório de 4ª
geração de luz síncrotron operando no mundo: o MAX-IV, na Suécia.
Fonte: G1
Comentário: O estudo para a cura do câncer é algo de grande importância,
por que no processo de tentar achar a cura se descobre muitas coisas como outras
formas de tentar prevenir ou amenizar o processo, deixa-lo menos brutal (a quimioterapia é um tratamento muito forte que afeta muito o paciente, então
achar uma forte de diminuir isso é um grande avanço) e também os pesquisadores
acabam conhecendo mais a doença.
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