Ética e Cidadania: Mais de 500 bolsas de sangue são usadas em parto para salvar vida de mãe com doença rara no PA (3º bimestre).
Mais de
500 bolsas de sangue são usadas em parto para salvar vida de mãe com doença
rara no PA
Total de bolsas é maior do que a média de
transfusões feitas durante o mês inteiro na Santa Casa de Misericórdia em
Belém.
Durante o
parto de Saulo Gabriel, hoje com dois meses, a auxiliar administrativa Thaís
Cristina Sousa, de 35 anos, precisou de 531 bolsas de sangue, mais do que a
média de transfusões totais feitas na Santa Casa de Misericórdia do Pará,
em Belém, em um mês. Com o apoio de centenas de doadores,
foi possível salvar a vida do bebê e da mãe.
A
necessidade de uma transfusão desse porte se deu porque Thaís tem uma Síndrome
Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT). Por isso, ela precisou ir para a UTI
logo após o parto, para continuar o controle da doença. Já o bebê Saulo
precisou de cuidados semi-intensivos, por conta da prematuridade.
Mãe e bebê
foram separados uma semana depois do nascimento, quando Saulo foi liberado para
casa e Thaís continuou no hospital. Longe do filho, foi a paciente quem
precisou de colo e acolhida, encontrados na companhia da mãe, a professora
aposentada Maria do Socorro, de 61 anos, que acompanhou, com orações, a luta da
filha pela sobrevivência.
Entenda o caso
Thaís
precisou fazer uma cirurgia cesariana de emergência aos sete meses de gestação,
após sofrer crise de Síndrome Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT), uma
doença hematológica rara. Thaís passou 30 dias internada em estado gravíssimo
na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Ao todo, foram 45 dias de
uma longa espera para voltar para casa.
O caso de
Thaís era de alto risco, explicam os profissionais que acompanharam o caso.
“Era uma situação clínica delicada, com plaquetas baixíssimas e formação de
trombos por causa da doença PTT. Havia risco de perda gestacional, risco de
morte para a gestante e risco de agudização com sequelas para ambos",
conta o médico Daniel Lima, hematologista e hemoterapeuta da Santa Casa e do
Hemopa.
As
intercorrências provocadas pela crise da doença fizeram com que Thaís
enfrentasse também problemas como hipertensão, infecção e uma segunda cirurgia,
de laparatomia exploratória, para tratar uma hemorragia interna. A Santa Casa
precisou administrar na paciente quatro doses de um medicamento que chega a
custar R$ 12 mil cada dose.
Diagnóstico
A paciente
foi diagnosticada com PTT ainda em 2016, depois de sofrer uma crise aguda e
isquemia cerebral. Em 2019, passou por uma gravidez ectópica, que é quando o
óvulo fertilizado se implanta fora do útero, com quadro de hemorragia. Em 2020,
Thaís engravidou novamente, dessa vez de Saulo Gabriel.
Com sete
meses da atual gestação, ela percebeu manchas roxas nas pernas e reconheceu
como sintomas de Púrpura. Por orientação do Hemopa, ela procurou imediatamente
o serviço de obstetrícia da Santa Casa.
“Foi um milagre. Um milagre da ciência e do SUS (Sistema
Único de Saúde). São duas instituições públicas que uniram esforços e
competências para resolver um caso difícil", disse a médica Patrícia
Arruda, integrante da equipe de plasmaférese terapêutica do Hemopa.
Fonte: G1
Comentário: Esse é um exemplo que nós vemos um avanço perceptível
na medicina, além de ser uma grande conquista e que serve de inspiração para
outros casos futuros que possam ser semelhantes a esse.
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