Ética e cidadania: Maurício Souza não foi demitido por ser homofóbico, diz diretor do Minas, em áudio (4º bimestre).
Maurício Souza não foi demitido por ser homofóbico, diz diretor do
Minas, em áudio
Elói Lacerda de Oliveira, diretor de vôlei do
Minas, diz ainda que Maurício Souza recebeu salário antecipado até maio e que o
clube foi "obrigado a dispensar" o jogador para protegê-lo
O diretor
de vôlei do Minas Tênis Clube, Elói Lacerda de Oliveira, afirmou em um áudio ao
qual o ge teve
acesso neste domingo que o jogador Maurício Souza não
foi demitido do clube por homofobia. De acordo com o dirigente, o clube foi
"obrigado a dispensar" o central para proteger o clube e o jogador.
- Ele não
foi mandado embora porque ele é homofóbico, porque ele não é homofóbico. O que
ele falou foi uma declaração pessoal dele. Ele foi mandado embora para a
proteção dele. E ele recebeu integralmente o salário dele e a proteção do Minas
- disse Elói Lacerda de Oliveira.
Procurado
pela reportagem, o Minas não confirma que a voz na mensagem é de Elói. O clube
também comunica que "não se posiciona mais sobre a situação". O ge confirmou
que quem fala no áudio é o diretor de vôlei Elói Lacerda de Oliveira.
Na última
quarta-feira, o Minas Tênis Clube confirmou a rescisão de contrato com o
atleta, em decisão tomada após a repercussão das postagens de teor homofóbico
realizadas pelo atleta nas redes sociais. O jogador já estava afastado das
atividades desde a terça-feira e, segundo o clube, tinha sido multado. Tais
ações aconteceram após pressão de torcedores e também de comunicados dos
patrocinadores, cobrando um posicionamento em relação às postagens do jogador.
Segundo
o ge apurou,
não havia consenso sobre a demissão dentro do clube. No áudio, o diretor de
vôlei deixa claro seu posicionamento em relação a Maurício Souza.
Em seguida,
o dirigente diz que a comunidade LGBTQIA+ é radical. Na sexta-feira, um grupo
de 20 parlamentares, representantes das causas LGBTQIA+, protocolou uma representação no Ministério Público de Minas Gerais contra
Maurício Souza. Além da representação no Ministério Público, os parlamentares
notificaram o Facebook, solicitando uma reunião para tratar dos posts
homofóbicos de Maurício Souza no Instagram.
- A gente
tem que aprender a ser proativo e não reativo. Essas comunidades radicais elas
são ativas. Eles foram na presidência da Melitta na Alemanha, eles foram na
Fiat em Betim, lá na Itália, tá certo? E nós ficamos literalmente rendidos,
tudo o que nós fizemos nós fizemos a gente era de simplesmente derrotados,
porque haviam milhares de manifestações contra o Minas, contra o Maurício -
falou Elói Lacerda de Oliveira.
Entre os
pedidos no MP, os parlamentares querem que seja aberta uma ação penal pública
contra o jogador por incitação do preconceito e discriminação homotransfóbica.
Além disso, pedem uma indenização por dano moral coletivo a partir de R$ 50 mil
e a exclusão das postagens homofóbicas das redes de Maurício Souza.
ENTENDA O CASO
Há cerca de
duas semanas, a DC Comics anunciou que o novo Super-Homem, filho de Clark Kent,
se descobrirá bissexual nas próximas edições das histórias em quadrinhos. O
assunto, que foi um dos mais comentados do Twitter no dia da divulgação, também
movimentou a comunidade do voleibol brasileiro.
Após a
publicação da editora, Maurício Souza, postou a foto do Super-Homem e fez
críticas à decisão da DC. O Minas se manifestou ainda nessa segunda-feira sobre
a publicação do jogador. O clube disse que respeitava a liberdade de opinião de
cada atleta, mas que não aceitava declarações homofóbicas.
O post
recebeu comentários de apoio de outros atletas do vôlei, como Wallace e Sidão.
O assunto gerou uma grande repercussão nas redes sociais após os internautas
considerarem as postagens como indiretas entre os companheiros de seleção.
Maurício, apesar das críticas que levou com seu protesto, continuou endossando
sua opinião nas redes sociais.
CONFIRA A ÍNTEGRA DA MENSAGEM DE ÁUDIO DO
DIRETOR DO MINAS
Quero
colocar aqui que fui eu que dispensei o Maurício, tá? Está todo mundo enganado,
não foi assim. Está todo mundo vindo agora bater, mas as pessoas deixaram o
Minas desamparado e eu, como diretor de vôlei, o Ricardo com o presidente,
durante uma semana, nós todos apanhando da imprensa, apanhando da comunidade
LGBT, ninguém saiu em defesa de ninguém.
Nós fomos
obrigados a dispensar o Maurício, se não ele seria destruído, tá? E que todos
saibam que nós pagamos o contrato dele integral até maio. Ele não ficou
desamparado. Ele recebeu o salário dele todo antecipado e nós fizemos isso
porque nós não tivemos apoio.
A gente tem
que aprender a ser proativo e não reativo. Essas comunidades radicais elas são
ativas. Eles foram na presidência da Melitta na Alemanha, eles foram na Fiat em
Betim, lá na Itália, tá certo? E nós ficamos literalmente rendidos, tudo o que
nós fizemos nós fizemos a gente era de simplesmente derrotados, porque haviam
milhares de manifestações contra o Minas, contra o Maurício.
Ele não foi
mandado embora porque ele é homofóbico, porque ele não é homofóbico. O que ele
falou foi uma declaração pessoal dele. Ele foi mandado embora para a proteção
dele. E ele recebeu integralmente o salário dele e a proteção do Minas.
A gente tem
que conversar sobre isso, porque tem que haver contra peso e dessa vez não
houve. Agora nós estamos sendo atacados por pessoas que não sabem o que de fato
aconteceu, tá? Muito obrigado.
Fonte: Site Ge
Comentário: É inacreditável
ver que ainda hoje tem pessoas intolerantes. Homofobia é crime! O Maurício ganhou
mais de dois milhões de seguidores no “Instagram” após saírem as noticias, isso
só mostra o quão pior as pessoas são, apoiando um preconceituoso como ele. O
que mais me impressionou foram os comentário no site dessa noticia, pois as
pessoas não só estavam apoiando ele e sim dizendo coisas sem cabimento, como: “a
culpa é do PT”, “depois os lgbtkdsheh falaram que querem respeito” (o correto é
LGBTQIAP+, mas pode se usar só LGBT+), “só queremos manter nossas famílias” (em
que mundo a cena de dois homens se beijando iria acabar com sua família? As pessoas
não viram homossexuais, elas nascem assim), “Deus vai castigar todos esses
pegadores” (nem todos são cristãos, o Brasil é um país laico), “essa
heterofobia...” (não existe heterofobia! Pessoas heterossexuais não sofrem
preconceito por sua sexualidade) e muitos outros.
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