Política: Senado aprova projeto que inclui renda básica na lista de direitos sociais previstos na Constituição (4º bimestre).
Senado aprova projeto que
inclui renda básica na lista de direitos sociais previstos na Constituição
Proposta
previa inicialmente excluir do teto de gastos as despesas para o custeio da
renda básica, no entanto, o trecho foi retirado pelo relator da PEC. Texto
segue para análise dos deputados.
O Senado aprovou, em dois turnos, nesta
terça-feira (9) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que inclui a renda
básica para pessoas em situação de vulnerabilidade na lista de direitos sociais
previstos na Constituição Federal.
O texto foi
aprovado em primeiro turno por 63 votos a zero e, em segunda votação, pelo
mesmo placar. O projeto segue para análise da Câmara dos Deputados.
Inicialmente,
a proposta, de autoria do senador Eduardo Braga (MDB-AM),
previa excluir do teto de gastos as despesas para o custeio da renda básica. No
entanto, o trecho foi retirado pelo relator da PEC, Antonio Anastasia (PSD-MG).
Anastasia
lembrou que alternativas para o custeio de um programa de assistência social,
como o Auxílio Brasil, estão sendo discutidas em outras
propostas, caso da PEC dos Precatórios. O projeto propõe adiar o pagamento de
precatórios (dívidas do governo já reconhecidas pela Justiça) e alterar o
cálculo do teto de gastos e, com isso, viabiliza o pagamento do Auxílio Brasil.
Nesta terça-feira (9), a Câmara concluiu a votação em
primeiro turno da proposta.
O
parlamentar disse também que o rompimento do teto de gastos, neste momento,
"poderia tornar o processo inflacionário tão agudo que o valor da renda
seria dizimado e não teria lastro suficiente para fazer frente às
necessidades".
O PT chegou
a apresentar um destaque – sugestão pontual de mudança ou retirada de trechos
do texto principal – para resgatar o texto original e retirar os gastos com a
renda básica do teto. Entretanto, a iniciativa foi rejeitada por 46 votos a 15.
A senadora
Zenaide Maia (PROS-RN) criticou a exclusão do trecho que retiraria a renda
básica do teto de gastos. Para ela, a medida anula possíveis efeitos da PEC.
"Como
vai ser se a gente não botar fora do teto de gastos? É claro que não vai
acontecer. Essa história de dizer que 'por si só'... Isso não existe!",
protestou.
Na mesma
linha, Rogério Carvalho (PT-SE) disse que, sem a exclusão do custeio da renda
básica do teto de gastos, "não haverá possibilidade de se dar
materialidade ao pagamento de um auxílio".
Proposta
O texto
final aprovado pelo Senado diz que "todo brasileiro em situação de
vulnerabilidade de renda terá direito a uma renda básica, garantida pelo poder
público, cujas normas e requisitos de acesso serão determinados em lei".
Essa
inclusão é feita no artigo da Constituição que trata dos direitos sociais da
população, como a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, entre outros.
Defensores
da proposta dizem que o texto é importante porque torna a renda básica uma
política permanente, prevista na Constituição.
"A
constitucionalização desse direito e a garantia à renda básica torna, de fato,
perene uma política de estado e não mais de governo", afirmou Anastasia.
"Seja
o Bolsa Família, o Auxílio Brasil, ou outro novo benefício a ser criado, haverá
o mesmo status que hoje possuem políticas consagradas como o seguro-desemprego,
o Benefício de Prestação Continuada, o abono salarial, as aposentadorias e as
pensões. É um ganho de legitimidade para parcela da população que
frequentemente é vista por alguns não como beneficiárias de uma política
pública, mas como receptoras de um favor", acrescentou o relator.
Autor da
PEC, Eduardo Braga diz que a medida faz com que um programa de renda básica não
fique "à mercê do governo".
"De
repente, o governo resolve acabar com a renda básica.
Encaminha
um projeto e acaba com a renda básica. De repente, não quer mais que seja Bolsa
Família, quer que seja Auxílio Brasil, quer que seja o que for e acaba gerando
insegurança para aqueles que já sofrem pelas desigualdades e pelas injustiças
sociais. [Evitar isso] foi o princípio básico da nossa emenda", afirmou o
emedebista.
Responsabilidade fiscal
Também
nesta terça-feira (8), os senadores aprovaram a criaçãoda Frente Parlamentar de
Defesa da Responsabilidade Fiscal no Senado.
O objetivo
do grupo será atuar em prol dos fundamentos que regem a responsabilidade fiscal
na gestão dos recursos públicos no Brasil. A frente foi proposta por Alessandro Vieira (Cidadania-SE) em meio às
discussões de flexibilização das regras fiscais, caso do teto de gastos.
Fonte: G1
Comentário: Finalmente
conseguimos algo bom desse governo, um ponto positivo para tentar “amenizar” a
situação em que a nosso país esta passando graças ao nosso repugnante
presidente. Sempre gosto de ressaltar que sempre tivemos o dinheiro o
suficiente para fazer e aprovar projetos como esse, mas como sempre, é desviado
para outros tipos de setores insignificantes, na maioria das vezes favorecendo
classe media alta.
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